07 de novembro de 2024
Com o objetivo de analisar a situação atual nos países do MERCOSUL, integrantes da Rede de Pesquisa Arandurã e representantes de organizações da sociedade civil participaram do bate-papo virtual “Incêndios florestais na região: contribuições da Rede Arandurã para as estratégias em políticas públicas com enfoque em direitos humanos”.
A atividade teve como propósito aprofundar a compreensão do fenômeno, discutir como as políticas públicas podem se alinhar com um enfoque em direitos humanos e gerar contribuições para enfrentar esses eventos que colocam em risco a sobrevivência das comunidades e do nosso meio ambiente natural. Recentemente, os incêndios florestais têm aumentado em frequência e intensidade em nossa região, gerando graves consequências ambientais, humanas, econômicas e sociais, que não apenas colocam em risco a biodiversidade, mas também impactam negativamente as comunidades locais, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade.
O bate-papo, moderado por Luciana Cepeda, pesquisadora principal da Rede de Pesquisa Regional Arandurã, contou com a participação de especialistas de países da região, como Daniel Anaya, da UNAHUR; Marina Wertheimer, do Instituto Gino Germani; Velia Lucy Posada, da Brigada Florestal Comunitária de Saldán e Fuegas Brigadistas Organizadas de Sierras Chicas, da Argentina; Yamila Goldfarb, da Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA); Arthur Serra Massuda, do ICICT – FIOCRUZ; Luis Fernando Novoa Garzon, do Conselho Nacional dos Direitos Humanos e da Universidade Federal de Rondônia, do Brasil; Federico Vargas Lehner, da Universidade Nacional de Assunção; Hugo Pereira Cardozo, do Centro de Estudos Rurais Interdisciplinares (CERI), do Paraguai; e Ana Gabriela Fernández Saavedra, da FLACSO, e Javier Dalmas, da Mesa de Diálogo Florestal e referente de moradores de Paysandú, do Uruguai.
No início do encontro, a Diretora Executiva do Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos do MERCOSUL (IPPDH) celebrou a realização deste intercâmbio. “Consideramos muito importante essa proposta de reflexão mais próxima para pensar e, a partir de diferentes olhares, áreas de conhecimento e saberes, tentar compreender a temática dos incêndios florestais, como eles atravessaram e agravaram de maneira especial a situação das comunidades locais, colocando em risco e impactando nossa biodiversidade, com graves consequências ambientais, humanas, econômicas e sociais. E, também, trazendo uma nova onda de diferentes violações de direitos humanos a essas comunidades que já estavam em especial situação de vulnerabilidade”.
Ela também destacou o trabalho que vem sendo realizado pela Rede Arandurã, no âmbito de um projeto de fortalecimento da institucionalidade regional para enfrentar contextos críticos e de emergência sob a perspectiva dos direitos humanos. “Nos permite trazer uma contribuição sob a perspectiva dos direitos para o que é a atenção humanitária e para a gestão integral de riscos. A ideia desse espaço de diálogo é buscar articular e fortalecer essa coordenação, essa colaboração entre diferentes áreas de pesquisa e diferentes áreas de conhecimento”, afirmou Caldas.
Esse bate-papo impulsionado pela Rede de Pesquisa Arandurã, no âmbito do Projeto IPPDH-FOCEM III sobre “Fortalecimento da institucionalidade regional do MERCOSUL para enfrentar contextos críticos e de emergência (pandemia e pós-pandemia)”, busca propiciar a interação entre diversos países e equipes de pesquisa que estão trabalhando a partir de múltiplas disciplinas sobre um mesmo eixo-problema, neste caso, o de Moradia, habitat e meio ambiente.
Os intercâmbios e conclusões do encontro serão sistematizados pela equipe do IPPDH em um documento que será difundido e publicado no site e nas redes sociais do Instituto.