13 de novembro de 2014
A nova edição do encontro “Novembro Negro em Buenos Aires” começouna sexta-feira 7 de novembro na Casa Pátria Grande Néstor Kirchner onde todas as sextas-feiras do mês às 18h continuará reunindo o coletivo afro de cultura e de luta contra o racismo, movimentos de mulheres negras, representantes de templos, artistas, dançarinos, coreógrafos, escritores, pesquisadores, produtores, educadores populares, fotógrafos, cineastas, jornalistas, antropólogos, advogados, sociólogos e historiadores.
A abertura, sob o título “Dia Nacional dos Afro-argentinos”, esteve a cargo da jornalista e antropóloga Francilene Martins, coordenadora Geral do Instituto de Pesquisa e Difusão das Culturas Negras Ilê Ase Osun Doyo de Morón, Argentina, contou com a participação de Víctor Abramovich, secretário-executivo do Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos do MERCOSUL (IPPDH), Boni Ngitukulu, artista plástico e vice-presidente da União de Africanos do Cone Sul, e Pablo Vilas, diretor Executivo da Casa Pátria Grande “Presidente Néstor Carlos Kirchner”.
Francilene Martins celebrou, em seu discurso de abertura, “o estabelecimento de um dia para festejar a afro-argentinidade já que, como o seu nome o indica, é um dia nacional não para os afros eas afros, mas para os argentinos e as argentinas”. Além disso, fez uma chamada a “constituir dia a dia a diversidade mediante apostas concretas de vivências da particularidade como a umbanda, o candomblée as múltiplas expressões que não falam de histórias paralelas, mas sim de histórias comuns”. Finalizou sua exposição assinalando que “há um longo caminho entre reconhecer a diferença do outro e aceitar essa diferença”.
Víctor Abramovich, por sua parte, assinalou que “é bom pensar a Pátria Grande como uma casa que deveria conter distintos processos políticos que estão acontecendo na regiãoe é bom lembrar algumas discussõesque aconteceram nos processos eleitorais recentes porque cada um de eles opuseramprojetos políticos e visõespolíticas contrapostas sobre o processo de integração”. Desde esta perspectiva, ressaltou que “hoje a questão da inclusão racial, é uma questão que ocupa um lugar importante nadiscussão política quando durante muito tempo o tema racial esteve profundamente invisibilizadono debate público em nossos países”.
Finalizando, Abramovich assinalou que “houve uma mudança, um processo que foi se gestando na esfera social primeiro e depois na esfera política com a criação de uma institucionalidade específica para tratar aquestão da inclusão racial”. Econtinuou: “praticamente todos os países do MERCOSUL e seus associados têm normativas ouinstituições específicas destinadas à promoção da igualdade racial com distinto nível de desenvolvimento, mas com grandes avanços”. “Nenhum direito está ganho para sempre, temos que estar atentos e procurar as formas para que essas conquistasnão sejam revertidas”, concluiu o Secretário Executivo do IPPDH.
Novembro Negro continua todas as sextas-feiras de novembro às 18h, na Casa Pátria Grande Néstor Kirchner, em Carlos Pellegrini 1289, Cidade de Buenos Aires, com entrada franca. A programação continuará da seguinte maneira: 14/11, Gênero, migração e línguas africanas; 21/11 Políticas Públicas para Afrodescendentes; e 28/11, Gênero, Raça e Etnia.