16 de setembro de 2022
arentes de desaparecidos da América Latina participaram de uma reunião sobre o desaparecimento forçado de pessoas no âmbito da Operação Condor, organizada pelo Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos do MERCOSUL (IPPDH) e pela Federação Latino-Americana de Associações de Familiares de Detidos Desaparecidos (FEDEFAM), em 15 de setembro, na sede da IPPDH.
Remo Carlotto, Diretor Executivo da IPPDH e María Adela Antokoletz, Delegada da Madres de Plaza de Mayo Línea Fundadora à Federação Latino-Americana de Associações de Familiares de Detidos Desaparecidos (FEDEFAM) abriram o evento e destacaram a importância de tornar visível a busca por seus familiares, as ações da FEDEFAM e a promoção da Memória, Verdade, Justiça e garantias de não repetição.
Na abertura, o Carlotto salientou a importância de “construir uma agenda de trabalho compartilhada, de olhar para os problemas do nosso passado recente, mas também do presente que aflige toda a América Latina; temos um grande desejo, entusiasmo e vocação para trabalhar a partir da história do movimento de direitos humanos reunido na FEDEFAM e da construção do MERCOSUL e Estados Associados em termos de políticas públicas de direitos humanos”.
Por sua vez, María Adela Antokoletz referiu-se ao trabalho da FEDEFAM e à importância de continuar trabalhando em conjunto na FEDEFAM como a “representação de nossa América”.
Na reunião, Ernesto Lejderman, representante de Familiares de Desaparecidos y Detenidos por Razones Políticas, e Carlos Pisoni da Agrupación H.I.J.O.S, compartilharam suas experiências e reflexões como organizações da Argentina. Também participaram virtualmente do evento Ruth Llanos da Asociación de Familiares de Detenidos, Desaparecidos y Mártires por la Liberación Nacional de Bolivia (ASOFAMD), Judith Galarza da FEDEFAM-México, Silvia Bellizzi da Familiares de Madres y Familiares de Uruguayos Detenidos Desaparecidos (FAMIDESA) e Gaby Lucía Rivera Sánchez da Agrupación de Familiares de Detenidos Desaparecidos (AFDDD).
O painel atravessou a luta dos familiares pela memória, verdade e justiça e, com suas particularidades, concordou em uma pergunta comum: “Onde eles estão?”
Da mesma forma, Luciano Hazan, Relator Presidente do Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Desaparecimentos Forçados e Involuntários, participou da reunião através de um vídeo no qual ele refletiu sobre os esforços feitos pelas organizações agrupadas na FEDEFAM e a importância de os desaparecimentos forçados constarem da agenda dos Estados. A este respeito, ele disse: “Estou muito satisfeito de ver a IPPDH neste papel de coordenação dos esforços regionais para combater os desaparecimentos forçados, numa cooperação que, embora eu saiba que existe, também deve ser reforçada pelos Estados. É a melhor maneira de lutar contra a cooperação que existia na época, mas para desaparecer pessoas, como aconteceu no âmbito do Plano Condor”.
Estela de Carlotto, presidente das Avós da Plaza de Mayo, encerrou as palestras com uma reflexão sobre a unidade na luta dos familiares e expressou a importância de colaborar “somente através do amor e da paz; não precisamos de ódio, nem temos ódio, nem queremos a morte, mas memória, verdade e justiça, e acima de tudo uma palavra que temos que carregar com fogo em nossas vidas e em nossos corações, repetindo-a e espalhando-a: Nunca mais!
Finalmente, Susana Moncayo e Alejandra Lauria, artistas e cantoras, apresentaram um encerramento musical com um repertório popular dos países do MERCOSUL.
A transmissão do evento está disponível em https://youtu.be/0EIZchDEqWA
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