07 de dezembro de 2018
Esta semana, o Paraguai divulgou o perfil genético da sua população, o que representa um progresso em matéria de memória, verdade e justiça. A iniciativa surgiu a partir dos trabalhos realizados pela Equipe Nacional de Investigação, Busca e Identificação de Detentos, Desaparecidos e Executados Ilegalmente durante a ditadura militar entre 1954 e 1989, vinculada ao Ministério da Justiça.
A apresentação, feita pelo Ministro da Justiça Julio Javier Ríos, pelo membro da Equipe Argentina de Antropologia Forense (EAAF) Luis Fondebrider e o Fiscal da Unidade de Direitos Humanos, Santiago González Bibolini.
Agora é possível identificar a ascendência de pessoas desaparecidas ao comparar restos ósseos exumados com o perfil genético da base populacional. Isso se deve graças ao esforço da Direção de Reparação e Memória Histórica do Ministério da Justiça do Paraguai, que trabalha em conjunto com a Equipe Argentina de Antropologia Forense (EAAF) desde 2005.
O Instituto de Políticas Públicas e Direitos Humanos do MERCOSUL (IPPDH) celebra essa conquista nacional, produto da cooperação bilateral. Na região, através da Comissão permanente de Memória, Verdade e Justiça da Reunião das Altas Autoridades em Direitos Humanos e Chancelaria do MERCOSUL (RAADH) se trabalha para potencializar a cooperação e diálogo regional para obter novos consensos que se refletem em políticas públicas na matéria.
Desta forma, é possível pesquisar, documentar e fazer justiça aos milhares de desaparecidos e assassinados enquanto esteve em vigência o Plano Condor, posto em ação durante as últimas ditaduras latino-americanas. Um dos resultados é o Acervo Documental Condor (ADOC) do IPPDH, primeiro guia de arquivos e fundos documentais do terrorismo de Estado praticado nas décadas de 70 e 80 no Cone Sul.
Foto: Ministério da Justiça do Paraguai
Se deseja receber mais informações, assine aqui.